O Parto
- Alessandra Perale
- 7 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Lembrar deste dia é muito emocionante, quase 6 meses depois consegui parar para escrever sobre este momento mágico da minha vida.
Às 7h da manhã chegamos no hospital Maternidade de Campinas, minha mãe já estava lá na porta aguardando...rsss

Bom, acho que devo começar com a noite anterior, claro que nem dormi.
Logo que voltamos da consulta médica, que por acaso salvou nossas vidas, porque o exame mostrou que o líquido amniótico estava abaixo do normal, o que ocorreria sofrimento para a bebê, então o parto foi adiantado para 20 dias antes do previsto. Foi urgência!
Ficamos ansiosos, eu e Marcelo, fomos para o quarto da Manú tirar fotos como coração acelerado dizendo “chegou a hora”. Arrumei as malas, minha e da Manú, claro que não estava pronta, eu ainda contava com mais 20 dias para arruma-la!! rssss
Não dormimos, aguardamos o dia amanhecer e saímos com o destino certo, a grande chegada da nossa Bebe.
Fizemos o check in no hospital e ainda às 9horas eu estava lá em baixo aguardando a liberação do quarto...demorou uma eternidade!
Enfim chegamos ao quarto nº 411, levei alguns mimos para decorar o quarto, fiquei bem tranquila no colo da minha mãe, pedi um cafuné e fiquei a espera.... logo a enfermeira chegou e me orientou a tirar toda a roupa , colocar o roupão de cirurgia e aguardar mais um pouquinho.
A enfermeira voltou perto das 12h, já estava com fome e a ansiedade fervia em minhas veias...e lá fomos nós, eu e Manú, ainda em um só corpo, dei beijos no marido e na mãe e disse : até logo...
Fomos para uma sala de espera, antes da cirurgia, e mais um pouquinho de espera.....
Um detalhe muito importante, o Marcelo me emprestou uma toca cirúrgica toda rosa de corações e essa toca fez sucesso com as enfermeiras... achei o máximo. Todas vinham me perguntar da toca, foi tão gostoso porque me senti bem confortável naquele hospital, ambiente que me gera um grande desconforto.
Mais alguns minutos e fomos nós para a sala de cirurgia, o Marcelo colocou a roupa cirúrgica e ficou em outra sala me esperando.
Venho os momentos tensos, logo chegou o anestesista Dr. Alexandre e orientou tudo o que iria fazer.... eu nem queria ouvir, tenho muita aflição e fico nervosa com essas coisas de hospital, não é minha área.... enfim, comecei a sentir a anestesia e fui ficando mais aflita, respiração ofegante, pernas adormecendo...ai meu Deus, calafrio só de lembrar....
Logo chegou a minha médica , Dra. Kalinka, super descontraída, fazendo brincadeiras, que foi ótimo para eu dar uma relaxada, mas eu estava bem tensa. Queria muito que acabasse logo essa parte tensa. Ela chegou com sua equipe, todos muito atenciosos e carinhosos comigo, e para minha surpresa o seu marido também chegou lá para ajudar...rsss foi muito legal!
Todos muito amáveis!!!
Uma pausa, eu havia combinado com o Marcelo para ele ficar atento na colocação da pulseirinha, tinha pavor de ocorrer alguma troca ou engano!!
Bom, eu estava tensa, nervosa, e cada segundo ficava mais desconfortável, queria muito que acabasse logo.
O anestesista conversava comigo o tempo todo, atencioso e preocupado. A injeção eu senti arder, minha respiração ficou mais ofegante. Logo a Dra. Kalinka começou o procedimento, senti um cheiro horrível de queimado, nem quero pensar no que poderia ser.... pulo essa parte. E foi aí que o Marcelo chegou, neste momento eu já estaca com o coração a mil, quase chorando, suplicando para acabar logo. Não queria ver nada da cirurgia, mas queria muito ouvir o chorinho da Manú.
Quando o Marcelo entrou veio na minha cabeça, aquela foto típica do parto, onde o pai fica ao lado da cabeça da mãe esperando a bebe sair...e assim que ele pegou em minha cabeça, chorei....muita emoção.
Ele tentava me acalmar, foi então que ouvi o choro da Manú!! lembro da Kalinda dizer: “ ela é rosinha, que linda!!!”
Meu Deus que linda, olhei para o lado e lá estava ela sujinha e peladinha, veio ao mundo perfeita como Deus permitiu, senti seu cheiro e logo levaram para limpa-la.
Depois vi nas fotos que limparam e pesaram, procedimento normal do hospital. Eu fiquei lá mais alguns minutos na sala de cirurgia para finalizar a cesária, logo fui para a sala de recuperação e me trouxeram a Manu enroladinha em um cobertor, muito pequenina....
Afe, o primeiro pensamento, o que eu faço agora?!!
A enfermeira colocou ela no meu peito como se eu já tivesse acostumada a amamentar... ai meu Deus que coisa mais difícil de fazer...a sensação mais estranha da minha vida!!
Um pedacinho de mim ali nos meus braços dependendo de mim para sobreviver.
Daquele instante determinei na minha mente que aquele laço fraternal jamais iria se romper.
Tudo o que eu fizesse daquele minuto em diante seria pensando no melhor para ela.
Laço eterno!!!
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